Todos os dias me deparo com situações que evidenciam a urgência de alçar a questão racial ao centro do debate dos principais problemas do Brasil. Afinal, a raça é fator determinante de tudo neste país tão desigual.
A ponto de o atual presidente da República —um homem de esquerda, de origem popular, que deve em muito a vitória nas eleições de 2022 ao voto das mulheres e dos negros, duas maiorias neste país— se valer de estereótipos ao elencar hipóteses para a presença de uma "jovem afrodescendente" no palco de um evento da área econômica em São Paulo.
Cantora, apreciadora de um batuque —"uma afrodescendente assim gosta de um tambor", quem sabe namorada de alguém. Foram algumas das hipóteses aventadas pelo presidente, que chegou ao disparate de perguntar se a moça queria namorar com ele. Só não lhe........