Quarta semana de debates, a esta hora já os portugueses já devem saber em quem votar, certo? Olhe que não, olhe que não.

Domingo, 7 de dezembro

José Alberto Carvalho recebe Marques Mendes e João Cotrim Figueiredo na TVI. Marques Mendes abre hostilidades dizendo que foi vítima de ataque pessoal de Cotrim, quando o candidato da IL alegou que teria sido pressionado para desistir da sua candidatura por Marques Mendes ou seus caciques. Cotrim entrou nervoso, trocou uma boa noite por bom dia, mas reagiu: ”Eu sabia que iria responder a esta questão, conheço a sua maneira de funcionar, ainda bem que entra ao ataque”. Marques Mendes: “O senhor comporta-se como um André Ventura envergonhado, isso não o qualifica para Presidente da República”. Cotrim acusa Marques Mendes de falta de transparência, parece que “tem alguma coisa a esconder”. José Alberto Carvalho tenta pôr água na fervura, “eu tenho estado arredado deste debate”, e pergunta a Cotrim o que o torna melhor que seu oponente mais experiente. Cotrim: “Sei que sou diferente”, antes de referir uma história de Napoleão em relação à experiência, história essa que nunca revelou. Podia ser: “A impaciência é um grande obstáculo para o sucesso” (frase de Napoleão, mas que poderia ser de Cotrim) . 

Segunda-feira, 8 de dezembro

Carlos Daniel recebe Jorge Pinto e António Filipe na RTP. Dois esquerdalhas, vai ser uma chatice, lamenta-se o espectador. “Olhe que não, olhe que não”, pensei eu, recordando o debate Cunhal vs Soares. Outros tempos.

Carlos Daniel decidiu abrir o debate com a cena mais rebuscada para dividir os esquerdalhas: a eutanásia! Quase se ouviu em casa os portugueses a mudar de canal. Depois, Carlos Daniel entrou nos eixos e inquiriu os candidatos sobre a convergência de esquerda. Jorge Pinto: “Esse barco já zarpou! Estou a fazer grande favor às esquerdas ao ir buscar pessoas que, ou não iam votar, ou votavam Gouveia e Melo”. António Filipe: “Qual seria o candidato capaz de ganhar à primeira volta com apoio dos partidos da esquerda? Não existe! Só havia candidatos do consenso neoliberal, de Seguro para a direita”.

Carlos Daniel intervém: “E Seguro faz parte desse consenso?”

António Filipe: “Claro que faz parte”.

Carlos Daniel: “E inclui Jorge Pinto nesse grupo neoliberal?”

António Filipe: “Tem dias”.

Jorge Pinto: “Olhe que não…”

A guerra na Ucrânia e o posicionamento da Europa distanciou os candidatos, mas não disfarçou alguma convergência de esquerda nos temas e objetivos em discussão. António........

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