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Bares Brasil afora XI – Lupanares também tinham

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17.12.2025

Já contei uns causos de bares no meio de puteiros, pontos de encontro das moças e seus clientes. Não só na região dos puteiros, mas dentro deles mesmo quase sempre tinha venda de bebidas. Aliás, uma das funções das moças era fazer que os clientes bebessem muito, pagando caro, e pagando bebidas caras pra elas também. Tinha que dar muito lucro ao “empresário”, dono do estabelecimento que as explorava. Em muitos tinha uma manha, um “aperitivo” exclusivo das profissionais. Diziam ser um coquetel de bebidas alcoólicas e suco de alguma fruta, mas não tinha álcool nenhum: elas deviam beber o máximo que podiam, à custa do cliente, e se tivesse álcool não aguentariam muito.

Em alguns, tinham também cozinheiros, geralmente muito bons e, pelo menos os que conheci, gays... Todos eles. Neste caso, uma exceção: um amigo se gaba de ter cozinhado num puteiro da região de Presidente Prudente, mas ele era cliente que assumia a cozinha para fazer uma comida especial para as mulheres e amigos. “Você ainda vai se revelar, soltar a franga”, brinquei com ele, sem preconceito.

Um dentista de Nova Resende (não vou entregar o nome dele) costumava garimpar ouro (com bateia, sem mercúrio) no rio São João, a uns trinta quilômetros da cidade, e usava o que conseguia nas obturações que fazia. Um dia, ele desconfiou que as enxurradas levavam o ouro de aluvião de um veio perto da serra da Ibituruna (na minha terra mesmo) para um córrego afluente do São João, e queria descobrir o veio. Eu estava de férias lá e fui com ele e um amigo, o Ricardo, “cavucar” o lugar.

Pegamos um enxadão e uns apetrechos a mais e fomos. Chegando ao lugar em que ele imaginava ter o veio do ouro levado pro rio, o dentista fez pose, pegou o enxadão e bateu no chão duro... Nem deu a segunda “enxadãozada”, falou que precisava descansar. O Ricardo se propôs a continuar, mas também não chegou a fazer nenhum buraco no chão duro. Aí foi minha vez. Mesma coisa.

Deitamos no chão pra descansar e eu falei brincando: “Em vez de cavucar aqui, a gente podia ir cavucar na Terceira Chapada”. Terceira Chapada era uma rua em que ficavam várias casas de prostituição, em Passos. O dentista deu um pulo animado: “Então vamos”. E fomos, chegamos lá por volta de quatro horas da tarde e foi uma farra até de madrugada, numa casa escolhida por ele porque ele “sabia” que além de moças muito interessantes tinha um cozinheiro excelente. E era mesmo. Comemos um frango caipira ensopado de dar inveja. E claro, bebemos muitas cervejas.

Ah, puteiros! Tenho uma grande mancha no meu currículo: nunca fui à Casa da Eny, em Bauru (SP). Estive na cidade várias vezes, a trabalho, ganhava bem, tinha dinheiro, mas nunca entrei na........

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