Quando alguém quer saber o nome do Claudionor, o Claudionor não responde Claudionor.
- Meu nome é João Tadeu Claudionor Silveira de Jesus.
Seria ótimo vendedor, o Claudionor. Fala bem e bastante. Conversa com a namorada ao celular, se despede de um companheiro no ponto de táxi em Pinheiros e – ao mesmo tempo – me cumprimenta, apaga o cigarro na sola do sapato e abre a porta do carro. Entramos. Sentamos.
- Vai para onde?
- Rua Polônia, 445.
Ele me olha pelo retrovisor.
- É para aquele mesmo local da semana passada?
Não tenho o que responder. Jamais estive no endereço. Também é certo, assim como a camisa do Palmeiras é verde e branca, que nunca entrei no táxi de Claudionor e muito menos que fomos juntos até lá. Mas não resisto e estimulo a fantasia.
- Memória boa, Claudionor.
- Lembra que tava uma chuvinha sem vergonha?
- Sim e o trânsito? (replico e alimento a brincadeira).
- Tava tudo travado, doutor.
- Pode me chamar de Cosme.
- Meu primo é Damião. Damião de Jesus, acho lindo.
- Se tivesse irmão...
- Não tinha erro, era seu........