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É tradição brasileira, talvez mundial. Morreu vira santo e, se famoso foi, ganhará pelo menos um dia inteiro de homenagens. Jornais e sites publicam páginas e páginas de rebuscados perfis e a televisão, essa faz uma biografia completa, recheada com inesquecíveis momentos e depoimentos dos amigos e amigas. Então, vem a despedida dos fãs, da gente comum. Dali, brotam lágrimas e audiência.

É assim mesmo: no dia da morte conta-se o melhor da vida.

Antes de ser jornalista eu me perguntava: se a pessoa morreu agora à tarde como jornal da hora do jantar conseguiu levantar tantas informações em tão pouco tempo e apresentar essa reportagem tão completa?

Dentro das redações, encontrei a resposta. A reportagem estava pronta muito antes do último suspiro. Quando um famoso ou famosa, passa dos 80, ou, se antes disso, está com a saúde abalada, o departamento de jornalismo adianta um histórico com os principais fatos da vida e um profundo levantamento de imagens. Em redação que se preze, surpresa é palavra maldita.

Não se engane, FHC, Sarney, Maluf, Silvio Santos, Faustão, Fernanda Montenegro, Alaíde Costa, Glória Menezes, Laura Cardoso, Parreira, Veríssimo – brasileiros muito diferentes e........

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