A revolução de Wenger: ​20 anos dos invencíveis

Puffer longo, até aos pés. Fechado, mas não desde o início, primeiro travava-se uma luta entre treinador e presilha. Mãos nos bolsos. Semblante fechado e cabelo grisalho sempre bem cuidado. Assim começavam os jogos do Arsenal, para quem olhasse para a linha lateral.

Durante anos, facilmente se confundiam Arsène Wenger e Arsenal. Foram 22 anos de história partilhada, num percurso que começou com o treinador francês como um absoluto desconhecido e acabou como uma das maiores figuras do futebol inglês da era moderna.

Esta semana assinalam-se 20 anos da maior conquista coletiva da Premier League. Foram 38 jogos sem conhecer a derrota, numa época em que Wenger venceu por 26 vezes, tantas quanto os golos que sofreu em todo o campeonato, e empatou 12 vezes. Venceu por margem confortável e criou o mito dos ‘invincibles’. Até aí e até hoje, mais ninguém teve o privilégio de utilizar durante toda uma temporada da Premier League o escudo de campeão dourado, representativo da época invicta.

Alguns anos antes, em 1996, Wenger chegou a Londres depois de alguns anos repartidos por Nancy, Monaco e Nagoya, no Japão. Lembro que a globalização no futebol não era a de hoje e a chegada de Arsène a Londres tornou-o apenas no segundo estrangeiro da competição, a par de Ruud Gullit. Wenger era então uma espécie de perfeito........

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