Trump e a Venezuela: o “America First” é quando interessa

Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

Acesso gratuito: descarregue a aplicação PÚBLICO Brasil em Android ou iOS.

A retórica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a Venezuela escala de forma preocupante. Em entrevista ao jornal Politico, Trump não descartou a possibilidade de uma invasão terrestre ao país sul-americano. Pouco depois, os EUA apreenderam um petroleiro venezuelano, um ato raro no direito internacional e que, para muitos analistas, beira a caracterização de um ato de guerra. A justificativa oficial é o combate ao narcotráfico e à entrada de fentanil em território norte-americano, apesar de a Venezuela não ser considerada uma rota relevante da droga.

Não é segredo que a América Latina ocupa, historicamente, um lugar central na política externa dos Estados Unidos. Desde o século XIX, a Doutrina Monroe, sintetizada na máxima "a América para os americanos", serviu como base ideológica para legitimar intervenções, pressões políticas e disputas de influência na região. Durante a Guerra Fria, essa lógica se intensificou, com Washington tratando países como Brasil, Venezuela, Bolívia e outros como peças estratégicas na contenção de adversários globais.

Hoje, o cenário se reconfigura: o avanço de investimentos chineses e a presença política e militar russa reacendem antigas ansiedades geopolíticas em Washington. A escalada de Trump contra a Venezuela parece dialogar menos........

© PÚBLICO