A desigualdade tecnológica na Cultura

Porque é que, num país que celebra a inovação, o sector cultural continua sem acesso a apoios capazes de sustentar práticas verdadeiramente tecnológicas? Ficamos a ver o futuro em palco, mas raramente o financiamos fora dele. O contraste é evidente: fala-se de disrupção, algoritmos e criatividade aumentada; na prática, a maior parte dos artistas que trabalham com tecnologia continuam sem condições mínimas para produzir.

Se olharmos para os apoios e concursos públicos, percebemos um desequilíbrio estrutural. Em Portugal, o financiamento público continua fortemente orientado para as linguagens tradicionais — teatro, música, artes plásticas — enquanto os projectos que cruzam arte, tecnologia e ciência permanecem num limbo orçamental. Não por falta de qualidade ou relevância, mas porque o sistema de financiamento não foi desenhado........

© PÚBLICO