As luzes de Natal como resistência

A celebração do Natal começa quando acendemos as luzes. Não é só na troca de presentes ou ao redor de uma mesa cheia, mas também neste gesto simples de iluminar o que estava escuro. Primeiro, as luzes aparecem nas ruas e nos centros comerciais; depois, entram em casa e, aos poucos, fazem parte dos nossos rituais festivos. É como se, a cada ano, precisássemos de lembrar que ainda vale a pena enfrentar a escuridão.

Vivemos num tempo em que a incerteza deixou de ser uma excepção e passou a ser uma constante. Está na economia, na política, nas relações e até na forma como pensamos o futuro e, às vezes, o presente. Desde meados do século XX, alguns estudos mostram-nos que períodos longos de tensão costumam ter o mesmo efeito: as pessoas tendem a fechar-se, ver menos........

© PÚBLICO