"Estas declarações gerais não acrescentam valor, incluindo a que estou a fazer agora": quem diria que estas palavras seriam ouvidas no dia final da conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas em Bona, na Alemanha?
Foram duas semanas intensas de negociações, protestos, reuniões e pressão política, que culminaram em impasse e polarização profunda. Estando nós a meio da década mais crítica para a ação climática, o facto de não se ter conseguido avançar significativamente nas negociações sobre os objetivos de financiamento climático e aumento de ambição demonstra uma desconexão total com a urgência de travar esta crise.
No que diz respeito à nova meta quantificada coletiva de financiamento climático (NCQG), um dos tópicos mais debatidos no âmbito das negociações, não foi apresentada nenhuma quantia pelos países desenvolvidos, e questões fulcrais quanto ao tipo de financiamento e à forma como este seria gerido permanecem por resolver.
Diante de um texto de negociação inicial de 63 páginas, que reunia de forma abrangente as diversas opiniões e propostas dos diferentes países sobre o NCQG, várias sessões realizadas ao longo da conferência procuraram simplificar e limar as opções que serão apresentadas na COP29, onde se espera finalmente tomar decisões acerca desta meta. O documento foi reduzido de 63 para 45 páginas e, por fim, para 35.
Ao longo deste processo,........