Geopolítica do Vaticano: O Espírito Santo
Quando falece um Papa, a televisão costuma exibir As Sandálias do Pescador, uma superprodução dos anos 60 do século passado, cinematograficamente muito atrativa, embora o romance de Morris West em que se baseou fosse bastante utópico. Hoje, neste momento, é muito mais aconselhável assistir ao Conclave, que reflete perfeitamente as lutas pelo poder e as tensões dentro da Igreja Católica para ganhar poder. Mas há algo em As Sandálias do Pescador que continua a ser relevante 60 anos depois: a reflexão de que vão eleger o líder, o “influencer” diríamos hoje, de muitos milhões de pessoas em todo o mundo. Provavelmente o maior líder em termos de influência sobre a população, num momento, tal como nos anos 60 com a Guerra Fria, especialmente turbulenta; por isso, a sua eleição é de especial importância.
Neste sentido, alguns meios de comunicação social já adiantaram a reflexão de quão profundamente a direita reacionária detestava Francisco e das pressões que, consequentemente e sem margem de dúvida exercerão Trump e outros líderes da extrema-direita mundial para que o próximo Papa seja mais consonante com eles. Isto faz lembrar o que aconteceu na Europa dos fascismos, quando precisavam de um Papa que, tal como Pio XII, fosse profundamente anticomunista e, por isso, tolerante com os regimes totalitários. Pelo........
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