Gronelândia: o relativismo do colonialismo
A Gronelândia, com as suas vastas camadas de gelo e paisagens imponentes, tem sido historicamente considerado um território periférico nas discussões geopolíticas, particularmente no que se refere à sua relevância no contexto do Ártico. Contudo, o degelo das calotas polares e dos glaciares tem emergido como um fator de interesse estratégico, dada o potencial económico da região para as grandes potências globais.
Historicamente, os estreitos desempenham um papel fundamental nas relações internacionais, sendo vistos como pontos estratégicos para o controlo de rotas marítimas e para o aproveitamento de oportunidades comerciais. O Estreito da Gronelândia, que liga o Atlântico ao Ártico, reveste-se de particular importância na geopolítica atual, especialmente para os EUA, conforme enfatizado pelo presidente Donald Trump. A Rota do Ártico oferece vantagens logísticas substanciais, permitindo uma travessia de menos de uma semana, em comparação com a rota do Índico.
Além disso, a exploração da Gronelândia está umbilicalmente ligada à extração de recursos minerais, embora os custos ambientais decorrentes desta atividade sejam consideráveis e alarmantes. Embora o degelo proporcione novas oportunidades económicas, este acelera, simultaneamente, a degradação ambiental da região. A lógica predominante em torno da exploração que privilegia o lucro cria a ideia de que os benefícios superam as externalidades negativas. Esta perspetiva sugere um crescente interesse das potências em acelerar o processo de........
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