4DWW: a nova sociedade do lazer
Numa sociedade profundamente polarizada e centrada no trabalho assalariado, a procura por um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional tem caracterizado a mais recente geração de trabalhadores, impulsionando um debate que se alarga progressivamente a todo o mercado de trabalho. Questões como a saúde mental, a qualidade de vida, a motivação e a produtividade têm, por isso, ganho peso na forma como se avalia o desempenho organizacional, deixando de estar subordinadas apenas a métricas operacionais rígidas. A maximização do potencial humano nas empresas revela-se, assim, um objetivo essencial, não apenas para o bem-estar dos trabalhadores, mas também para o crescimento económico sustentado. Sendo as longas jornadas de trabalho muitas vezes associadas a um impacto negativo nestas dimensões, a semana de trabalho de quatro dias emerge como uma solução potencialmente transformadora, permitindo a correção de alguns desequilíbrios de mercado, sem comprometer o crescimento económico.
Se o atual paradigma geracional pudesse ser definido em algumas palavras-chave, dir-se-ia que esta é a geração da precariedade, das dificuldades de acesso à habitação e do agravamento dos problemas de saúde mental. Paradoxalmente, é também a geração mais qualificada de sempre, que, no entanto, enfrenta obstáculos estruturais na valorização do seu capital humano e na sua afirmação pessoal. Em Portugal, a dificuldade em........
© Observador
