Perder com graça |
Quando o mundo parece destravado, arranjar uma religião pode ser uma tentativa sincera de freá-lo – uma ferramenta para o que parece ser um desastre iminente. O problema é que, se assim for, tornar-se religioso vira mais um meio do que um fim. Confesso que olho com alguma suspeita para fenómenos destes. Quando a esmola é grande o pobre desconfia e quando a religião cresce o pastor também.
Tendo em conta que o assunto da relação entre religião e política arrasta milénios de grandes debates, simplificá-lo corre riscos óbvios de caricatura. Ainda assim e se tiver de olhar para um novo interesse pela religião facilitado pela era digital, alinho com os que detectam no fenómeno um apelo do cristianismo cultural numa época que parece de ser de desagregação social.
Uma vez que não sou sociólogo mas pastor, considero este cristianismo cultural uma tentativa bem-intencionada de curar........