Desdiagnosticador, a profissão do futuro
Sinto que já fui salvo por diagnósticos. Vivesse eu noutro tempo ou noutro lugar e podia ter tido uma vida muito mais curta, sem estes diagnósticos que ma salvaram. Penso em duas ocasiões, pelo menos. Quando tinha seis anos parti a cabeça no Externato “O Cisne” na Amadora e valeu-me o diagnóstico de traumatismo craniano. Quando cheguei aos quarenta anos fritaram-se-me o entendimento e as emoções e valeu-me o diagnóstico de “depressão”. Sou grato, portanto, a todos os que me diagnosticaram e não quero arruinar-lhes o mister, mas deixem-me dizer-vos que a profissão do futuro é a do desdiagnosticador.
Vou tentar justificar que a profissão do futuro é a do desdiagnosticador. Tendo em conta que vivemos numa época de amplo crescimento de diagnósticos, uma procura pelo seu contrário tornar-se-á inevitável. As pessoas desejarão alguém que as possa livrar do que naturalmente se torna excessivo. Um desdiagnosticador terá um impacto grande e um valor em expansão. O desdiagnosticador é uma profissão com todo o futuro que podemos imaginar.
Não é só à........
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