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Há mais défice para além de dívida

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19.04.2025

Nos Estados Unidos da América o total das importações equivaleu a 14% do Produto Interno Bruto em 2024, um dos mais baixos rácios de qualquer país desenvolvido, sendo que as importações que tiveram origem na China representaram apenas 1,8% desse mesmo PIB. Apesar dos factos, os responsáveis políticos têm definido políticas públicas com base na percepção prevalente na sociedade americana de que “tudo vem da China”.

Apesar de os EUA serem o segundo maior exportador mundial, o país regista consistentemente défices comerciais. A situação é comummente explicada por um suposto crescimento do nível de endividamento dos americanos. Porém, ainda que o número de agregados familiares tenha aumentado 86% entre 1975 e 2024, o património líquido médio real das famílias mais que triplicou durante o mesmo período.

Lá como cá, existe também a ideia generalizada de que estamos perante uma crise de desindustrialização, com os nossos tecidos industriais a definharem por efeito nefasto da globalização e da abertura internacional do comércio. Porém, mantendo o olhar nos EUA, a produção e capacidade industrial americana estão em máximos históricos e, simultaneamente, não há memória de um PIB per capita tão elevado. Em termos medianos, as famílias têm tido rendimentos crescentes, resultado da melhoria da produtividade laboral na indústria, que se traduz no facto de cada trabalhador americano gerar, por exemplo um valor-acrescentado anual superior em 120.000 dólares ao de cada trabalhador chinês.

Obviamente que a concorrência internacional tem também impactos negativos e pode causar disrupções sociais que não são........

© Observador