A normalização do mal

O recente ataque perpetrado contra imigrantes, na cidade do Porto, veio demonstrar que se está a avolumar em Portugal um problema, com contornos graves, no que concerne às políticas de integração e acolhimento de imigrantes, problema esse do qual já não é possível alhearmo-nos, fingindo que não existir.

Deitando por terra a ideia de Portugal ser um país exemplar neste âmbito, o recém divulgado número de cerca de quinhentos mil processos em atraso na AIMA ( Agência para a Integração de Migrantes e Asilo) vem sedimentar o clima de preocupação sobre a matéria em causa, especialmente depois de ter sido noticiada crescente apreensão, por parte da União Europeia, no que diz respeito a falhas de Portugal na execução de medidas e políticas migratórias inscritas no Pacto para as Migrações, aprovado em Fevereiro do ano em curso.

A aparente inoperância da AIMA, um organismo que, claramente, parece não cumprir o propósito que esteve na base da sua criação, aliado a uma catadupa de dúvidas emanadas da União Europeia, designadamente no que se refere à capacidade de Portugal poder continuar a garantir o cumprimento do Acordo de Schengen, garantindo a livre circulação de pessoas, bens e serviços no espaço europeu, geram inequívoca preocupação e carecem de imediata resolução por parte dos decisores políticos.

Poderá dizer-se que uma imigração descontrolada poderá ser sinónimo de não existência de condições para integrar. Poderá dizer-se que uma imigração descontrolada poderá ser........

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