Tutores de IA e mania de sermos grandes |
Portugal tem um grave problema. Quer ser o que ainda não é. Quer ser moderno, quer mostrar que é evoluído tecnologicamente e, no que ao ensino diz respeito, os governantes fazem do Web Summit um desfile de vaidades. É como aquele tio que aparece no jantar de família a dizer que agora faz blockchain, mas ainda não percebeu como mudar o ringtone do telemóvel.
E então, num país onde ainda há alunos sem professores, médicos de família que são uma espécie de Pokémon lendário (toda a gente sabe que existem, mas ninguém os apanha) e ordenados que só dão para viver dignamente desde que a dignidade seja opcional, surge a nova promessa: tutores de IA para todos.
É fascinante: passámos diretamente do “faltam recursos humanos” para o “temos aqui um algoritmo muito simpático que dá explicações”. E com isto, o ministro sobe ao palco de peito inchado, num exercício de oratória digno de quem descobriu a roda.
O problema nem é a ideia em si.
A ideia até é boa.
O problema é o país onde a ideia vai aterrar. Porque Portugal adora anunciar modernidade sem antes verificar se tem o básico. É como instalar painéis solares numa........