A transformação digital, tal como uma verdadeira onda gigante da Nazaré, está a criar várias tensões nos gestores empresariais, condicionando a forma como tomam hoje as suas decisões. Mas também os colaboradores estão a ter de se adaptar muito rapidamente, com uma mudança estrutural na forma como conjugam a sua vida pessoal e profissional. Desde logo porque deixam de trabalhar com horários fixos das 9h às 17h, estando cada vez mais em modelos orientados a objetivos de entregas de tarefas com horários 24×7. Estas tensões top-down e bottom-top forçam as lideranças a reavaliarem continuamente as suas estruturas e processos, com impacto central destas verdadeiras revoluções na cultura organizacional, um elemento essencial que pode determinar o sucesso ou o fracasso das iniciativas que se realizam, nomeadamente as digitais. A adaptação a uma cultura digital é muito mais que uma questão de tecnologia (na realidade, pouco tem a ver com tecnologia), mas envolve mudanças profundas na mentalidade, nos valores e nos comportamentos existentes dentro das organizações.
Uma cultura organizacional da era digital preconiza modelos de organização com capacidade de decisão muito rápidos, logo com estruturas orgânicas muito planas, em contraponto com estruturas hierárquicas formais de muitos níveis intermédios. Só assim é possível garantir o........