A memória está esquecida |
Há uma velha máxima atribuída a Mark Twain: “A história não se repete, mas rima.” E nunca essa rima soou tão clara como hoje. Os ciclos geopolíticos, económicos e sociais seguem padrões quase matemáticos: épocas de expansão seguidas de retração, tensões que explodem em conflito, inovações que emergem em momentos de crise. Mudam os protagonistas, mudam os cenários, mas a coreografia é inquietantemente familiar. E, ainda assim, insistimos em agir como se tudo fosse inédito. Porquê? Porque, coletivamente, a memória está esquecida.
Um dos exemplos mais evidentes está na própria história recente do nosso país. No próximo ano, o 25 de abril completará 52 anos. Para mais de metade da população portuguesa (eu incluído), esse momento fundador da democracia não é uma memória vivida, mas um capítulo distante dos manuais escolares. Mesmo quem hoje tem 60 anos terá, na melhor das hipóteses, uma vaga recordação infantil do evento. E a falta de curiosidade em estudar, desapaixonadamente e com objetividade, sobre esse........