O artigo da semana passada levou José Ribeiro e Castro a dar-se ao trabalho de me explicar gentilmente a diferença entre “apoiar” e “viabilizar” um governo. Reconheço a diferença, mas continuo sem ver a sua importância. Não estamos na década de 1990, nos anos do “fim da história”. CDS e PSD viabilizaram então orçamentos de um PS sem maioria. Notou-se depois, porém, este contraste: nunca o PS retribuiu o favor. Desde aí, sempre que a direita quis governar, precisou de uma maioria absoluta. Viu-se em 2015. Neste século, o “fim da história” também chegou ao fim. A guerra do Iraque, a crise bancária de 2008, a avalanche migratória de 2015, e o wokismo americano repuseram, por todo o Ocidente, dicotomias que alguns tinham julgado obsoletas. Em Portugal, também não estamos em 1995. 30 anos de poder socialista custaram ao país o mais longo período de divergência da Europa desde a II Guerra Mundial, a maior emigração........