O primeiro-ministro, André Claro Amaral Ventura
André Ventura repetia, muitas vezes, que um dia ia ser primeiro-ministro. E já o fazia há cinco anos, quando ainda era deputado único, embora já a loudest voice do Parlamento. De forma objetiva, com os dados que então existiam, esse desejo e autoproclamado messianismo não podia parecer mais do que uma piada ou um mero exercício distópico. Diziam os comentadores e analistas que Portugal era imune a fenómenos de sucesso protagonizados por partidos irmãos do Chega como o espanhol Vox, a alemã AfD ou o polaco PiS. Muitos, incluindo o então primeiro-ministro, disseram ao líder do Chega: “Não passará”. Os profetas da desgraça podem guardar os sinos: Ventura já passou.
Durão Barroso disse um dia: “Vou ser primeiro-ministro, só não sei quando”. Recuando ao momento em que o então líder da oposição o disse, parecia mais distante do que agora o líder do Chega está. Com o desgaste da AD a governar minoritária, o PS partido e sem um líder galvanizador e o crescimento galopante do Chega ninguém pode dizer que o partido de Ventura não será o partido mais votado nas próximas legislativas — como, aliás, já aqui admitia em maio.
Agora são as sondagens a validar essa ideia. Que é reforçada no quotidiano de quem anda na rua: são motoristas de TVDE sem pudor a falarem sobre o “perigo dos monhés” com os clientes; é o saudosismo do Estado Novo nos autocarros; são os elogios a Ventura nos cafés. E também em campos de golf ou em almoços de CEO’s — não se pense que é uma questão de classes C, D, E. Não é.
Ventura é populista, mas também popular. Demagogo, mas eficaz. Pouco rigoroso, mas cheio de intencionalidade em erros voluntários (os........





















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