A perceção não tira férias
As imagens podiam vir num manual de comunicação política sobre o que não se deve fazer. O ecrã da televisão dividido ao meio: de um lado, populares a combater as chamas; do outro, o primeiro-ministro a sorrir numa festa-comício. E se assim foi nas televisões, horas depois sugiram as fotografias nos jornais, estilo festa white sensation, com duas das maiores figuras do PSD a sorrir ou a beber gin. Se é verdade que a equipa de comunicação não podia adivinhar a escolha editorial das televisões, nem impedir a pintura joie de vivre do calçadão de Quarteira, podia ter antecipado que uma irresistível comparação de imagens não seria simpática para o Governo. Poderia, por isso, inspirado no cantor da noite, meter o Pontal no congelador. E adiar a festa.
Pouco depois houve a primeira morte dos incêndios e Luís Montenegro cancelou as férias, intensificando a atividade de monitorização do combate aos fogos — o que incluiu idas presenciais à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. E até a já anunciada ida o funeral do bombeiro da Covilhã. Mesmo que tenha retificado a abordagem, e que antes disso já estivesse atento ao que se passava no terreno (garantia do próprio e de Marcelo), os portugueses (não necessariamente como eleitores) já não vão apagar a imagem dos banhos que, como descreveu a revista Flash!, o primeiro-ministro dava no “Algarve dos Ricos” ao mesmo tempo que o País ardia. Montenegro vai ser sempre o primeiro-ministro que estava de férias durante os incêndios de 2025. Demagógica ou não, a perceção, em política, é irrevogável.
O fator-férias no Algarve deixou que os populares, como são exemplo os desabafos nas centenas........





















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