Rumo a uma Federação Europeia: Defesa, Democracia
Os sucessivos cortes de cabos submarinos de comunicações e, mais recentemente, de cabos de energia entre a Finlândia e a Estónia em operações conduzidas pela Rússia com a aparente cumplicidade chinesa tornam claro que a forma de lidar com um bully entre as nações não são nem as palavras nem os protestos diplomáticos, mas uma resposta à altura, proporcional e que reforce a integração europeia e as capacidades mútuas e combinadas de Defesa.
O regresso de Trump à Casa Branca e o crónico subinvestimento em defesa por parte do Canadá (apenas 1.33% do PIB: menos do que Portugal com 1.35%) indicam que a Europa se arrisca a estar – muito breve – sozinha no que concerne à sua defesa contra um vizinho cada vez mais agressivo e imperialista que tem pretensões directas a vários países membros da União Europeia e sobretudo contra outros países do espaço europeu (Ucrânia, Geórgia e Moldávia). Neste contexto, é preciso – na minha opinião – realizar três grandes reformas na União Europeia sendo que uma – a mais profunda – pode implicar a extinção da União e a sua refundação numa nova estrutura federal.
Em primeiro lugar, é preciso transformar a União Europeia de Defesa do conjunto de iniciativas e estruturas criadas no âmbito da União Europeia (UE) para reforçar a cooperação em matéria de segurança e defesa........
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