María Corina e o Nobel que dá esperança, também a Moçambique |
No passado dia 10 de Outubro o Comité do Nobel voltou a escolher premiar o caminho — não a meta. A paz — não o poder. O Prémio Nobel da Paz atribuído a María Corina Machado é, antes de mais, um reconhecimento da coragem serena. Da persistência em lutar por liberdade, justiça e democracia sem nunca recorrer à violência.
É um prémio justo. É um prémio merecido. E é, acima de tudo, um prémio que dá esperança — à própria María Corina, ao povo venezuelano e a todos os que, pelo mundo fora, continuam a resistir pacificamente contra a opressão, desejando ter Democracia e Liberdade.
María Corina Machado enfrenta um regime que há muito deixou de ser democrático. Um regime que se tornou uma autocracia e que investe em forças policiais e militares para se proteger do seu próprio povo. Um regime que prende quem o afronta, que cultiva prisioneiros políticos e que manipula eleições. Quando há eleições, são farsa. Fraude atrás de fraude. E quando há observadores internacionais independentes, são eles os primeiros a confirmar o óbvio. Depois, surgem os aplausos de sempre: Rússia, Irão, China, Bielorrússia — o clube dos que se reconhecem uns nos outros, o eixo das tiranias.
Entretanto, o povo venezuelano definha. Mais de 90 % dos venezuelanos vivem em pobreza, e três em cada quatro em pobreza extrema. A Venezuela é hoje um dos países com maior taxa de homicídios do mundo e uma........