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“São dois pra lá, dois pra cá” - bolero de Leão XI

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19.05.2025

“Rei morto, rei posto”, diz o adágio. Jesus Cristo, conforme a tradição católica, quis deixar um seu representante, quer dizer, vigário, para guiar os seus nas marés da História, até seu retorno em Glória (eis aqui a fé multissecular da Igreja!). Portanto, a Igreja não pode ou não deve ficar por muito tempo órfã daquele a quem foi dado o poder/serviço das chaves. Francisco foi um Papa marcante, por diferentes motivos, tal qual todos os Papas, desde Pio IX, têm sido nos últimos cerca de duzentos anos. E têm sido porque, após as revoluções e as ideias que começaram a ditar o mundo após o Iluminismo, e que se intensificaram a partir do século XIX, a Igreja, através de seus Papas, não teve mais outra alternativa do que a de responder, de formas diversas, às questões que as modernidades a colocava.

O pontificado de Francisco surge em um contexto em que se extremavam, no planeta, posições muito marcadas e beligerantes em relação às várias agendas globais, geopolíticas e identitárias. Sem entrar no mérito de tais agendas, o fato é que seu pontificado sempre esteve atento e marcado por grande sensibilidade em relação a temas sociais e planetários (migrantes, paz, ecologia, ecumenismos, excluídos e vulneráveis). E, após um Papa teólogo, que tratava tais temas a partir de olhares teológicos cirúrgicos e claros – e aqui não está juízo de mérito, mas apenas constatação de método -, Francisco foi, antes de tudo, um pastor, e como pastor preocupado com os dramas humanos e sociais conduziu seu pontificado.........

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