Onde andam os apoiantes da Frelimo?
“A Internet está a tornar-se a praça pública da aldeia global do futuro” – Bill Gates
Num mundo cada vez mais conectado, a legitimidade política pode ser aferida de várias formas, sendo que, em casos como o de Moçambique, a “prova dos nove” da regularidade eleitoral ultrapassa as velhas maneiras de medir o apoio popular. Se até há poucos anos poderíamos restringir a análise ao sufrágio e, no caso de contestação, à força das manifestações de rua, hoje é cada vez mais difícil ignorar o barómetro das redes sociais, onde se dão trocas de argumentos, partilhas de indignações e se podem medir apoios genuínos ou forjados.
Este barómetro é incontornável para perceber o que está a acontecer em Moçambique na sequência das últimas eleições. A legitimidade do Regime – nas mãos da Frelimo há praticamente meio século – parece claudicar não apenas no terreno, onde, apesar da repressão e do medo, o Regime não está a conseguir estagnar a contestação, mas também no espaço virtual, que se esperaria fosse palco de uma claque fervorosa em defesa do partido-Estado se, de facto, a maioria esmagadora do eleitorado tivesse escolhido a sua continuidade no Poder.
As discrepâncias são evidentes: primeiro, a Frelimo autoatribuiu-se uma vitória expressiva de 71%. Após a pressão internacional –com a União Europeia a encabeçar uma lista de organismos que apontam graves irregularidades – e a contestação........
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