Para aqueles que se interessam pelo futuro da democracia nos Estados Unidos e com o efeito que esse país continua a ter na ordem mundial, especialmente na Europa, a eleição de novembro é um misto de aflição e angústia. A perspetiva de uma segunda Administração Trump, tanto a nível interno como externo, promete ser um desastre de proporções catastróficas. Tal será abordado neste espaço, à medida que avançamos para o outono.
Porém, outro fenómeno merece ser mencionado para reflexão daqueles que se interessam pela campanha, independentemente da convicção política, que é a assimetria na forma com a imprensa americana segue os dois candidatos. Depois do debate em Atlanta com a CNN, onde, concedo sem reservas, o Presidente Biden esteve mal, na fragilidade e desnorte que por vezes mostrou (há a questão de alegadamente estar doente nessa noite, mas não vale a pena seguir essa pista), a imprensa americana mainstream revelou ainda mais os dois pesos e medidas com que tem seguido, particularmente na era Trump, o partido Democrata quando comparado com o Republicano.
Consultando jornais como o New York Times, ou o Washington Post, ou o Wall Street Journal, e os canais de televisão ABC, CBS, CNN e até mesmo MSNBC, o candidato Republicano pode ser um criminoso condenado, provado como autor de estupro, obrigado a pagar multas por tentar fugir a impostos, incitador de uma insurreição contra o........