menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

O politicamente correto está a matar a inovação

9 1
06.10.2025

Vivemos na era do politicamente correto. Uma era em que a verdade é, muitas vezes, sacrificada pelo medo de ferir suscetibilidades. Onde o receio de ofender paralisa conversas e debates fundamentais. Na sua forma mais pura, o politicamente correto nasceu de uma intenção nobre: criar um ambiente de respeito e inclusão. Todos sabemos que proteger a dignidade de cada indivíduo é um pilar essencial de qualquer sociedade ou organização e que não deve haver lugar para o racismo, a xenofobia ou a misoginia. No entanto, aquilo que começou como uma força libertadora, destinada a proteger os que historicamente foram silenciados pelo preconceito, pode, quando levada ao extremo, transformar-se na maior ameaça à liberdade de expressão, criando uma cultura de medo e silenciamento.

O grande desafio, seja na sociedade ou nas empresas, é encontrar o equilíbrio. Como afirmava há alguns anos o escritor canadiano Jonathan Kelly, numa Ted Talk, o problema não é a sensibilidade, mas sim quando esta se eleva em detrimento da verdade. Um gestor que não dá feedback a um trabalhador pertencente a uma minoria por receio de parecer preconceituoso, e um homem ou uma mulher que evitam pedir ajuda para não serem vistos como frágeis, são exemplos de como a honestidade e a transparência podem acabar por ficar soterradas sob uma camada excessiva de cautela. Por vezes, na ânsia de sermos demasiado empáticos, evitamos a crítica, algo que Kim Scott, autora do livro “Radical Candor”, apelida de “empatia ruinosa”. É nesse ponto que a honestidade radical se torna indispensável.

A honestidade radical é o pilar de qualquer relação sólida, seja........

© Observador