Será preciso bloquear estradas para ser-se ouvido?

Nos últimos cinco anos, 5.134 enfermeiros abandonaram, em definitivo, o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Os dados são da própria Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), organismo tutelado pelo Ministério da Saúde. O número, preocupante, não surpreende. Diria que a haver surpresa é, somente, por não serem dados ainda mais elevados.

Será que os portugueses sabem que nos últimos oito anos, por exemplo, se contam pelos dedos de uma mão o número de vezes que um ministro da Saúde reuniu diretamente com os enfermeiros?

Parece que não contamos para os sucessivos governos. E, no entanto, nos anos agudos da pandemia de COVID-19, demos o corpo à luta e estivemos na frente de batalha contra um vírus que paralisou o mundo, ameaçou derrubar economias, mas nunca conseguiu travar o ímpeto dos enfermeiros.

As nossas reivindicações não são novas. Nenhum ministro – passado ou futuro – pode dizer que não as conhece. E mesmo os deputados, poucos podem afirmar, de forma séria, que desconhecem o que os enfermeiros reivindicam.

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Mas vamos por pontos. Desde logo, exigimos que seja finalmente criado e assinado um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Desde 2017 que aguardamos que o processo então iniciado seja concluído. O primeiro ACT, que........

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