Este texto talvez nasça da minha necessidade de ajustar contas com o passado — com aquele rapaz desajeitado, de pernas longas, que nunca sabia como se sentar corretamente numa carteira, perdido nas escolas dos subúrbios, sem grande brilho, como os professores insistiam em apontar.
A obsessão pela disciplina, especialmente em contextos mais desfavorecidos, onde a ordem na sala parece ser a prioridade, pode sufocar a originalidade e a criatividade — elementos essenciais para o desenvolvimento tecnológico, económico e democrático de uma sociedade saudável.
Em Portugal, o sistema educativo tem sido tradicionalmente estruturado com uma forte ênfase em regras, disciplina e avaliações, numa abordagem frequentemente associada ao controlo e à padronização.
Além disso, a criatividade, muitas vezes vista como uma distração, acaba por ser secundarizada em prol do cumprimento de metas rígidas, resultando num ambiente que pouco fomenta o bem-estar dos alunos.
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Por exemplo, a recente recomendação do Ministério da Educação sobre a proibição do uso de telemóveis no 1.º e 2.º ciclos reflete essa mentalidade: a proibição ou regulamentação estrita do uso de tecnologia, sob a justificativa da disciplina, indica uma........