Entre o desespero e a falta de noção |
Quando se anuncia uma greve geral exige-se uma razão sólida para tal, seja ela falta de diálogo, uma injustiça estrutural, ou mudanças radicais. O que se está a verificar recentemente em Portugal parece fugir a qualquer destes requisitos. A paralisação convocada pela CGTP e pela UGT não transmite qualquer dos sentidos anteriores, passando apenas uma imagem de manobra política, mais do que de uma expressão de desconforto real dos trabalhadores com as reformas laborais (chamadas, em linguagem de sindicato, de “pacote laboral”, para dar aquele ar de PREC que mostra bem uma paragem no tempo).
Penso que antes de mais é necessário dizer algo que (afinal) não é óbvio: é legítimo um governo eleito democraticamente por uma maioria fazer reformas laborais, tanto quanto o é para os sindicatos criticar essas mesmas reformas, desde que ambas se façam com rigor e no momento certo. Apesar disto, deitar mão de uma greve geral para travar o funcionamento,........