Uma estrela da extrema-esquerda espanhola, Iñigo Errejón, caiu em desgraça depois de ser acusado, por mais de uma dúzia de mulheres, de assédio sexual e maus-tratos. Ao ler os relatos das vítimas, o quadro é assustador: um psicopata que jogava psicologicamente com as mulheres e abusava do poder porque se comportava “como se fosse deus” (segundo uma vítima). Confrontado com as acusações, no momento da demissão endossou as culpas para o neoliberalismo.
Isto não soa a novo. Um sociólogo coimbrão, atrapalhado com as acusações de assédio sexual que despontaram pela voz de investigadoras do centro de investigação a que presidiu, invocou a vetusta idade como circunstância desculpabilizante. A responsabilidade deve ser transferida para um marialvismo enraizado que, segundo o Prof. Boaventura, é geracional. No caso de Boaventura, como no caso de Errejón, a culpa tenderia a morrer solteira.
Ou talvez não: no caso do Prof. Boaventura, o problema estará no irrecusável aproveitamento de mulheres, contrariando a temática extensivamente teorizada pelo........