A Europa vista da América |
1 Na semana passada a Casa Branca lançou um documento importante: a estratégia nacional de segurança dos Estados Unidos da América. Por mais habituados que estejamos a um Donald Trump errático na política aduaneira, na política externa e noutras áreas, a vantagem deste documento é dupla. Trata-se de uma tomada de posição por escrito, e não será por isso fácil dar o dito por não dito. Por outro lado, é perfeitamente claro sobre a forma como a administração americana vê o mundo e, em particular, a Europa. Sintetiza em menos de três páginas uma visão crua da Europa para dar dicas como “promover a grandeza europeia”, título dessa secção do documento.
O problema europeu é apresentado não apenas como o seu declínio na economia mundial e a sua insuficiente despesa militar, mas o seu “apagamento civilizacional” derivado de múltiplos fatores: conflitos resultantes de políticas migratórias, baixas taxas de natalidade e a “censura à liberdade de expressão e a supressão da oposição política”. Este caminho de perda de auto-confiança e das identidades nacionais dos países da União Europeia, e o que é considerado um sufoco regulatório europeu, a manter-se, levará a Europa em vinte anos a uma situação irreconhecível. O documento chega ao ponto de opinar sobre a qualidade das democracias europeias e os seus sistemas partidários. Sugere que, no caso do conflito com a Rússia, existe uma discrepância entre aquilo que defendem os líderes europeus e a opinião dos respetivos povos, mostrando satisfação pelo crescimento eleitoral de partidos nacionalistas europeus.
Apesar desta análise, a administração americana considera a Europa como estratégica e........