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Estado e associativismo cultural: que futuro?

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13.01.2025

As associações de cultura e recreio/lazer, de cariz não profissionalizado, constituem, há muito, um ecossistema de inegável relevância em Portugal, enquadrando-se no campo da economia social (terceiro sector) e estando prevista na Constituição da República Portuguesa a sua valorização e protecção por parte do Estado.

O seu impacto qualitativo afere-se não apenas pelo efeito imediato das suas dinâmicas na esfera local, mas também por uma repercussão a médio-longo prazo, mormente como alfobre para a germinação de uma massa crítica, implicada e criativa com potencial transformador e valor acrescentado para os territórios e suas comunidades.

O ADN do meio associativo cultural prima por cinco traços essenciais para um incremento e consolidação da inclusão, coesão e participação: a transversalidade social patente na sua composição interclassista e na configuração dos seus públicos-alvo; a sua proximidade e imersão comunitárias; a densidade colaborativa em que assenta a sua intervenção; a base predominantemente voluntarista do seu trabalho; e a horizontalidade e informalidade relacionais, apesar de uma estruturação organizacional assente em órgãos sociais. Estes contextos independentes, maioritariamente de micro-média escala, constituem, assim, lugares privilegiados de afirmação identitária, aprendizagem, cidadania, solidariedade, cooperação e emancipação.

Em 2022, no âmbito de uma investigação sobre o associativismo popular, foi realizado um inquérito nacional pelo Observatório do Associativismo Popular com o Observatório Português das Actividades Culturais, cujos resultados foram sintetizados na obra O associativismo popular português no século XXI, recentemente editada, a qual, pelo seu teor e conclusões, merece uma atenção, em termos de discussão na esfera pública, que não foi dada pelos media ligados à........

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