O "mau serviço" de quem conta o "tempo de serviço" |
Há discriminações que não precisam de decreto para existir. Instalam-se no quotidiano, repetem-se em silêncio administrativo e tornam-se hábito. Uma delas é a forma como o Ministério da Educação trata os professores que vêm do ensino privado e cooperativo quando chega a hora de contar o tempo de serviço.
Desde logo, parte-se de uma desconfiança de princípio. Ao professor do privado exige-se aquilo que não se exige a outros: que prove, papel a papel, ano a ano, que trabalhou. Declarações, carimbos, assinaturas, escolas que já fecharam, secretarias que mudaram de mãos, processos que se arrastam durante anos. O mesmo tempo de serviço que foi suficiente para descontar para a Segurança Social e para as Finanças parece, subitamente, insuficiente para o Ministério da Educação.
É difícil não ver aqui uma discriminação clara. Quem trabalhou, descontou. Quem descontou, exerceu funções. O Estado sabe perfeitamente onde cada cidadão trabalhou, quanto ganhou e quanto descontou. Bastaria cruzar dados. Bastaria vontade. Mas........