Auditorias Cidadãs à Administração Pública
A Administração Pública é o maior empregador nacional (15-16% da população activa) e com mais influência no PIB (cerca de 45%). O impacto económico, social e de governança ética da Administração Pública enquanto liderança pelo exemplo é fundamental. A Administração Pública é a ossatura do Estado Nação, a cultura da Nação reflectida pelo Estado: a estrutura e identidade de um país tal como um Estado a entende. De uma forma mais coloquial é o testo de uma panela. Assim, num tempo de mudança, é necessário voltarmos a olhar para a panela, a ver se o testo se lhe adequa. É necessário percebermos o que as pessoas, os cidadãos e os profissionais esperam da Administração Pública: são necessárias Auditorias Cidadãs!
Nesta segunda-feira, dia 10 de fevereiro inicia-se um movimento que se pretende nacional de Auditoria Cidadã ao estado do Ensino Superior em Portugal. O Fórum inaugural é na UTAD (mas também em streaming), instituição que sofreu sob a gestão de um ‘Reitor Exemplar’ que descrevemos aqui num outro texto e que, felizmente, não se recandidatará. No momento em que o Conselho de Ministros aprovou a proposta de Lei (6 de fevereiro) que visa rever o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) ainda mais esta iniciativa se impõe. É o futuro do Ensino Superior que está em causa mas, também, em função desse futuro, a mudança na Administração Pública. E tais mudanças implicam uma discussão bem mais alargada que a do RJIES. Para além da Lei, são as práticas que é preciso mudar e escrutinar. Porque para mudarmos uma cultura temos de mudar a educação mas para mudar a educação é a ética e a governação que temos de mudar. Ou seja, precisamos de novas lideranças.
Um workshop recente feito no INA (Instituto Nacional de Administração) focou-se num exercício de Plano Transformacional relativo à Administração Pública em 2050. Com profissionais de várias instituições reunidos em dois grupos, um sobre relações exteriores e inovação e outro sobre práticas sustentáveis nas organizações, o resultado final simplificado foi, respectivamente para cada grupo, a necessidade de uma Colaboração Efectiva e de Centrarmo-nos nas Pessoas (implicando isto, novas lideranças, autonomia e responsabilidade, participação na........
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