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O grande drama dos ‘pequenos homicídios’

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12.01.2025

No 1.º de Janeiro, solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, e Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco pediu um pacto global para a defesa da vida humana: “Apelo a um firme compromisso de promover o respeito pela dignidade da vida humana, desde a concepção até à morte natural, para que cada pessoa possa amar a sua vida e olhar para o futuro com esperança.”

Este chamamento é universal porque, como disse o Santo Padre, “todos somos chamados a acolher este convite que brota do coração materno de Maria: proteger a vida”, que “é a base fundamental para construir uma civilização de paz”. Mas este apelo é particularmente pertinente no nosso país, onde a Assembleia da República votou ontem uma proposta para alterar o regime do aborto legal.

Como no passado dia 9 escreveu, no Observador, José Ribeiro e Castro, “num processo legislativo sobre matéria sensível de direitos humanos, objecto de referendos para conhecer e fixar a vontade popular em questões essenciais, é severa quebra de democracia pretender modificar a lei em elementos essenciais, sem convocar a consulta popular com esse objecto.” Com efeito, “não existe matéria de maior importância, gravidade e sensibilidade do que aquela que respeita à vida ou morte de seres humanos, ainda que apenas vivam dentro de suas mães.” (Teresa de Melo Ribeiro, AR: a leviandade dos agendamentos por arrastamento, Observador, 10-1-2025). Como muito bem concluiu José Ribeiro e Castro: “esta ofensiva política, a pretexto do aborto (outra vez), é uma arremetida de fome pelo poder e um cortejo de desonestidade intelectual, de indecência de processos, de falta de respeito pelo Direito, cavalgando mentiras habituais e querendo romper limites de exercício do poder em democracia. Merece ser vencida. Necessita de ser vencida.” E foi, graças a Deus e aos deputados que a inviabilizaram.

A defesa da vida humana é uma verdade irrenunciável do ideário cristão, pois “desde os seus primórdios, a tradição viva da Igreja – como........

© Observador