Os pobres não são um símbolo: são pessoas
Antes de entrar no tema propriamente dito, permito-me uma nota breve para evitar leituras distorcidas. Tenho escrito sobre questões sensíveis na vida da Igreja, e não quero que pensem que escrevo movido pelo “síndrome de Artur Albarran”, aquela tentação de ver tudo sob o prisma do “horror, o drama e a tragédia”. Não vejo a Igreja num abismo. Acredito profundamente que ela permanece — e permanece porque é dom de Deus. Mas também não escrevo no registo do “síndrome de Gabriela”, do “eu nasci assim, eu cresci assim, serei sempre assim”. Não acredito que tudo esteja condenado a repetir-se indefinidamente. Não escrevo para dramatizar, nem para resignar. Escrevo porque há inquietações que considero importantes e que nascem precisamente de acreditar na força transformadora da Igreja. Posto isto, entro no assunto.
Dizemos frequentemente que os pobres são o tesouro da Igreja. E, apesar das falhas que temos de reconhecer, é inegável que a Igreja — através de paróquias, instituições sociais, ordens religiosas, voluntários, movimentos e comunidades — faz um bem imenso, constante e silencioso. Ninguém pode negar que há milhares de pessoas que comem, se vestem, encontram apoio, companhia, escuta e dignidade graças ao trabalho fiel da Igreja, muitas vezes mais eficaz do que qualquer estrutura pública. E isto deve ser dito com clareza: a Igreja faz muito, faz bem e faz melhor do que muitos imaginam. A sua presença junto dos pobres é um sinal real, palpável e consistente do Evangelho. E continua a ser, para muitos, a única mão que chega quando todas as outras desaparecem.
Mas, ao mesmo tempo, precisamos de ter coragem para olhar de frente........





















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