Digital: proteger a saúde mental de crianças e adolescentes
Os estímulos digitais dominam o quotidiano, sendo cada vez mais urgente refletirmos sobre os impactos dessa hiperconectividade. A crescente dependência das redes sociais e o acesso a conteúdos inadequados, sem qualquer filtro ou regulação, estão a prejudicar as mentes, as emoções, os comportamentos e as relações das crianças e dos adolescentes, comprometendo a construção de uma identidade saudável.
O nosso cérebro não foi desenhado para “operar” desta forma, constantemente bombardeado por estímulos incoerentes e digitais. A qualidade das relações humanas perde-se quando o convívio e a interação pessoal são substituídos pela interação online.
Os dados apresentados no livro A Geração Ansiosa, de Jonathan Haidt, são reveladores e não podem deixar ninguém indiferente. Segundo o site oficial da obra, a saúde mental dos jovens sofreu um declínio acentuado a partir dos anos 2010, com aumentos significativos nos índices de depressão, ansiedade, automutilação e suicídio. Entre 2010 e 2024, a taxa de depressão entre adolescentes aumentou cerca de 150% nos Estados Unidos. Além disso, o número de adolescentes que se automutilam quase triplicou entre 2010 e 2020.
Estes dados alarmantes coincidem com a popularização dos smartphones e das redes sociais. A partir de 2012, a maioria dos adolescentes passou a usar smartphones, gastando em média quase sete horas por dia online. Esse aumento do tempo de ecrã está associado a uma diminuição das interações sociais presenciais e a um aumento da ansiedade social, da fragmentação da atenção e da privação de sono.
Haidt argumenta que essa “grande reconfiguração da infância”........





















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