Foi a primeira vez e confesso que não me soube assim tão bem: votei antecipadamente nas eleições europeias. Feito um balanço rápido, exceptuando as duas presidenciais ganhas por Cavaco Silva e as legislativas de 2011 e 2015, nunca votei em quem ganha – e em 2015 quem ganhou nem conseguiu formar Governo, pelo que, para efeitos desta contabilidade pessoal, aquele voto na PàF equivale praticamente a meia derrota. O que, bem vistas as coisas, talvez demonstre que esta vontade inexplicável de querer votar, mesmo quando as mini-férias e o bocejo me deviam conduzir à abstenção e não a um voto antecipado, se comece a parecer mais com a pulsão semanal com que o meu pai passou anos a apostar no Totoloto do que com uma expectativa real de vir a ganhar alguma coisa com o gesto, no caso, alguma representação num processo transformador. Pelo visto, boa parte do país cede com mais facilidade que eu e deixou, mais uma vez, a sorte dos putativos eurodeputados portugueses eleitos à mobilização das claques partidárias, ou à capacidade de mobilização dos seus mais acérrimos seguidores, o que na prática vai dar ao mesmo.
Mas, e porque um mal nunca........