No debate que reuniu os líderes dos partidos com assento parlamentar, o porta-voz do Livre, Rui Tavares enunciou uma evidência: que o panorama político-partidário está hoje dividido em 3 blocos, isto é, o da extrema-direita, o da direita democrática e o da esquerda. Não está enganado. A propósito dessa intervenção, lembrei-me de um desabafo que fiz a 11 de Novembro de 2015, quando arrisquei que com a geringonça tinha nascido um Novo Partido Socialista. Este NPS não era já o PS ambíguo de Mário Soares, nem o PS da frouxa terceira via de António Guterres. Era um novo partido que herdava alguma da bebedeira juvenil de extrema-esquerda de alguns aderentes tardios ao socialismo democrático e que se formara quase exclusivamente no socratismo em todo o seu esplendor. A mistura era explosiva. Faria o PS abandonar o papel de charneira do regime, o que talvez se venha mesmo a concretizar, e algo só disfarçado pela forma cínica e desprovida de substância como António Costa geriu o poder durante oito anos. Mas que lá chegaríamos, isso parecia-me certo. E mais certo me parecia que o novo centro político do país estaria, mais cedo ou mais tarde, no espaço da Aliança........