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Uma Meta para 2025: Largar Instagram e Facebook 

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13.01.2025

Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2024. Deito-me, pego no telemóvel, e já estou montado na sela do meu polegar rumo às catacumbas do Facebook. Desço a trote, lentamente, em modo de scroll inútil e letárgico, e babo-me de aborrecimento: nada de novo aparece até que… de repente, deparo-me com um “conteúdo patrocinado”, um vídeo que me arrebata da letargia pelas piores razões imagináveis.

Aguardei demasiado tempo pela bofetada de luva branca que me fez abandonar o Facebook, e ela veio nesse vídeo de dois segundos, carregada de força. O produto anunciado pelo “conteúdo patrocinado” era uma aplicação para pornografia deepfake. Ou seja, alguém pagou para promover um programa que possibilita a manipulação e criação de imagens de uma pessoa existente, ou inexistente, tirando-lhe a roupa através do recurso a bases de dados pornográficos. E o Facebook autorizou.

Razão número 1 para largar a Meta: Padrões de comunidade incoerentes

Chocado, denunciei imediatamente o anúncio por “violar os padrões da comunidade”. Segundo a Meta (antiga empresa Facebook): “Ao abrigo da presente política, removemos (…) imagens de nudez e atividades sexuais geradas por inteligência artificial ou computador e imagens digitais, independentemente de parecerem “realistas” (ou seja, parecerem uma pessoa real)”.

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Certíssimo.

Segunda-feira, 6 de Janeiro de 2025. Já obtive a resposta da Meta para a minha denúncia: “Não removemos o anúncio”. (…) Compreendemos que isto pode ser frustrante(…)”

É um pouco frustrante sim, Sr.ª Meta. Significa isto, portanto, que ainda anda por aí, orbitando o sem-fim do metaverso, um vídeo de dois segundos a ilustrar como funciona esta aplicação: primeiramente, mostrando a imagem de uma mulher com roupa, e em segundo lugar: mostrando-a sem ela. Alguém pagou por esse anúncio e o Facebook, além de o ter aprovado inicialmente, permitiu que continuasse ativo, mesmo após a denúncia. “Compreendemos que isto pode ser frustrante”. Compreendo que isso é um eufemismo absurdo.

Não é a primeira vez que se utiliza a tecnologia dos deep-fakes para produzir conteúdo pornográfico ou de cariz político, tampouco é a primeira vez que o Facebook tolera material deste tipo, por mais que “viole os seus padrões de comunidade”, (signifique isso o que significar).

Há precisamente um ano, o ex-PM inglês Rishi Sunak viu a sua imagem ser utilizada numa massiva campanha de scam: 100 vídeos com a sua imagem foram produzidos e partilhados no Facebook sob a forma de conteúdo patrocinado. Quem clicasse nos anúncios ouviria “Rishi Sunak” a promover uma plataforma criada por Elon Musk: investindo 200 libras no esquema, receberia 25.500 de volta. O dinheiro foi recebido sim, tanto pelas contas bancárias dos scammers, como pelas contas da Meta.

Há uns anos, os pervertidos mais........

© Observador