Enfim, é fazer a conta |
O Partido Socialista teve, com Pedro Nuno Santos, o terceiro pior resultado da sua história. Com uma agravante: só foi superior ao de António Almeida Santos (1985, pós-aplicação do programa do FMI) e de Vítor Constâncio (1987, pós-derrube do primeiro governo de Cavaco Silva). Nas últimas legislativas, os partidos à esquerda do PS não foram além dos 10% — ainda menos do que os 12% nas eleições de março de 2024.
O Partido Socialista sofreu uma derrota inequívoca em Lisboa. A coligação de esquerda liderada por Alexandra Leitão teve menos votos em 2025 (90.068) do que a totalidade dos partidos que a compunham em 2021 (102.548) — e isto apesar de ter havido mais 23 mil pessoas a votar do que nas eleições anteriores. O PCP de João Ferreira conseguiu mais 1.200 votos, sensivelmente. À luz do ciclo contínuo de retração eleitoral dos comunistas não se pode dizer que é um péssimo resultado — mas perder um vereador e ter mais mil votos quando o universo de votantes aumenta tanto não é exatamente um sucesso.
Daqui se pode concluir, sem grande choque para ninguém, que o PS e os partidos à esquerda do PS enfrentam neste momento uma crise de resultados que resulta de uma crise de confiança dos eleitores nos projetos e protagonistas propostos. Vai daí, o que é que muito boa gente do centro-esquerda e da esquerda decidiu exigir a António José Seguro? Que faça como pediu Nanni Moretti e “diga alguma coisa de esquerda”.
Que António Filipe e Catarina Martins o façam, é normal. Afinal, estão a lutar pela sobrevivência das respetivas forças políticas. Que Rui Tavares os imite, também é normal — lá se sentiu no direito de nadar na piscina dos grandes. Agora, que este cálculo eleitoralista não casa lá muito bem com a ideia de que o objetivo de todos os patriotas e........