Estas presidenciais vão ser as eleições do voto útil

Como diria um antigo seleccionador nacional com um misto de pragmatismo e poesia, as presidenciais chegaram à fase do “mata-mata”. A primeira volta das eleições é já a 18 de janeiro — ou seja, é já amanhã. Por isso, daqui a muito pouco tempo, os eleitores vão ter de tomar decisões difíceis. Os candidatos mais frágeis odeiam que se diga isto, mas, queiram ou não, vão ser arrastados pela lei do voto útil da mesma forma que um objeto pesado é arrastado pela lei da gravidade. Já se percebeu que nestas presidenciais os eleitores não encontraram candidatos carismáticos, incontornáveis ou irresistíveis — e, quando não há convicção no voto, sobra a utilidade. Quem está à direita, quem está à esquerda e quem está fora do sistema vai pensar muito bem na melhor forma de evitar que o seu voto seja um desperdício ou um capricho.

Os candidatos, de facto, não têm ajudado. Todos eles cometeram erros infantis na campanha, o que aumentou a falta de vontade dos eleitores em meterem-se confortavelmente nas mãos deles.

Luís Marques Mendes reagiu com inesperado amadorismo à polémica sobre a sua vida profissional e as suas ligações políticas. Qualquer pessoa dotada da capacidade para antecipar o óbvio deveria ter percebido há muitos meses que, depois do caso Spinumviva, um........

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