Um pequeno dano colateral
A discussão do Orçamento de Estado para 2025 abre todos os noticiários. Se nos abstrairmos do folclore político, podemos identificar um conjunto de desafios com que nos temos defrontado e que determinarão o nosso futuro. Um dos desafios mais importantes é o da emigração de jovens profissionais qualificados. As medidas que têm sido discutidas por todos os intervenientes incluem vantagens fiscais ou outras que, no melhor dos casos, podem ter um papel paliativo. Este desafio só pode ser consistentemente vencido pela melhoria da saúde económica do país, pelo que é aqui que se deve centrar a discussão.
A integração europeia trouxe a Portugal grandes vantagens. Uma, talvez a mais importante, é a integração numa aliança política de dimensão global, promotora de disciplina orçamental, e a cooperação estreita com países com maiores índices de desenvolvimento que nós, em todas as suas dimensões. Se quisermos podemos aprender com os melhores. Mas trouxe também consigo desafios que não temos sido capazes de enfrentar.
Com a abertura do mercado do trabalho no espaço europeu, todas as regiões onde o poder de compra é mais baixo estão a perder muitos dos melhores profissionais para aquelas em que é mais alto, a que se soma a atração pelos ambientes cosmopolitas onde as oportunidades são mais frequentes, as empresas mais inovadoras se movimentam, e o futuro se desenha. Este movimento sempre existiu, mas a liberdade de movimentos criada pela União Europeia ampliou-o, e veio para ficar. A generalização do inglês como língua franca acentuou-o. E o tempo não vai voltar para trás.
As universidades conhecem bem esta situação porque........
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