É transversal o discurso de que o CDS partiu, morreu, já não volta e não faz falta. Este discurso até pode ser verdadeiro se continuar a falhar no CDS a representação da direita dos valores identitários, católicos, conservadores e nacionalistas, uma tarefa de desconstrução e (des) representação em que Paulo Portas se empenhou durante penosos 20 anos. Com efeito, nunca interessa ser governo se o preço desse acesso for a negação daquilo em que se protesta publicamente acreditar.
E apesar deste CDS continuar a dizer que é de direita, o certo é que em muitos aspectos cruciais não age politicamente como um partido de direita, mas, antes, como um partido liberal (salve-se a economia..). Um puro erro de casting, porque para esse liberalismo universal já temos a IL e o Chega.
Valha a verdade, a semântica do discurso político-governativo, ou a narrativa, como não por acaso dizia o inenarrável José Sócrates, não faz a realidade verdadeira. Antes, ilude perigosamente, aliás, na esteira de uma velha tradição, acarinhada por muitos portugueses, que gostam de andar iludidos e de ser tratados como crianças pelos políticos e governantes. Mas muitos outros, onde me incluo, não gostam.
Como se sabe, a semântica é a área da linguística que estuda o significado em diversos níveis, analisando, especificamente, a relação do significado com o significante, uma relação que, como é óbvio, tem de ser simples e linear.........