COP30: entre a urgência e o ritmo lento das decisões globais

A COP30, realizada este ano em Belém, no Brasil, chegou ao seu ponto intermédio e, enquanto os negociadores prosseguem as discussões, permanece uma questão fundamental: porque continuamos a depender de cimeiras globais quando a crise climática já se desenrola em tempo real por todo o planeta? Desde incêndios devastadores e ondas de calor mortais até inundações catastróficas e secas prolongadas, os desastres climáticos de 2025 são um lembrete claro de que a urgência da ação climática não é uma preocupação futura, é uma emergência do presente.

No centro das discussões da COP30 está a ambiciosa agenda climática da União Europeia. A UE comprometeu-se a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 55% até 2030 (em comparação com os níveis de 1990), no âmbito do Pacto Ecológico Europeu, e a alcançar a neutralidade carbónica até 2050. Estes objetivos, embora ousados e necessários, continuam a ser insuficientes perante a dimensão da crise climática global. Mesmo que a UE cumpra as suas metas, as suas emissões representam apenas uma pequena fração do total global, e muitos países europeus ainda lutam para abandonar os combustíveis fósseis ao ritmo exigido. A UE, apesar da liderança, não pode resolver o problema climático sozinha. Para produzir um impacto significativo, é essencial uma coordenação global, algo que a........

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