A Liberdade não se restringe por Tratado
Há palavras que ecoam mais profundamente do que outras. Liberdade é uma delas. Não se define, sente-se. Não se mede, vive-se. E quando se procura regulamentá-la de cima para baixo, em nome de um bem maior, é quando ela mais facilmente se esgota por entre as fissuras da obediência. É quando ela se desfaz na falácia da segurança.
Hoje, à sombra de boas intenções e sob a bandeira da prevenção global, avança silenciosamente um tratado internacional que ameaça alterar, de forma profunda e duradoura, a relação entre os cidadãos e o poder. O Tratado Pandémico, negociado sob os auspícios da Organização Mundial da Saúde e com apoio explícito da Comissão Europeia, propõe um novo paradigma de governação sanitária. Mas o que está realmente em causa não é apenas a saúde pública. É a própria arquitectura das democracias.
A proposta poderia parecer, à primeira vista, sensata: responder a pandemias, garantir acesso equitativo a cuidados de saúde, partilhar conhecimento científico. É justo reconhecer a nobreza de tais intenções. Todavia, duvidamos que a nomenklatura global esteja imbuída de quaisquer boas intenções nesta matéria. Bem sabemos que, nas democracias, o caminho para o inferno é demasiadas vezes pavimentado com ideais generosos depositados nas mãos erradas.
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