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Fazer o quê de Portugal?

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22.05.2025

1 Tanta coisa e tanto eco e afinal coisa tão previsível. Sim, sim, sim, não há outro ponto de partida: todos os sinais estavam “lá”, nesse indefinido e indefinível “lá” que é o ar do tempo que vivemos.

Revendo a espantosa matéria: primeiro, o Chega foi desde o seu infausto parto adubado pela intencionalíssima vontade socialista de o fazer crescer para roer o PSD. Com artesãos estrategicamente colocados na presidência da Assembleia da República, segunda maior instituição do Estado português, Ferro Rodrigues e Augusto Santos Silva fizeram ambos o que puderam, e puderam muito, enquanto o PS lhes seguia a passada. E, depois, foi amparado por considerável parte da media que lhe gastava o nome num misto de vertiginoso deleite e atração fatal. Com dois “elevadores” desta potência, o astuto Ventura não precisou de muito mais: bastou-lhe ir dizendo com veemência e virulência o que aqueles de quem ninguém tinha feito caso queriam ouvir. Esses “aqueles” há muito entregues apenas a eles próprios. Isto é, o solo do descontentamento já estava dramaticamente pronto para receber adubo: ninguém no centro-direita/centro-esquerda – à excepção talvez de Pedro Passos Coelho – vira os sinais acesos ou ouvira as campainhas de alarme, tocadas pelos “aqueles” que tinham ficado para trás. Já eram muitos, cresceram e multiplicaram-se, hoje contam-se pela nossa – minha, pelo menos – vergonha.

E agora? Agora........

© Observador